Vendas no varejo catarinense caem 1,0% em janeiro
- Redação - Em Foco
- 26 de mar. de 2024
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foto: divulgação redes sociais
Em janeiro, o volume de vendas do comércio catarinense recuou -1,0% frente ao mês anterior. O resultado contrasta com o crescimento dos dois últimos meses, novembro (0,2%) e dezembro (0,3%). No Brasil o movimento foi inverso. Após as vendas caírem em dezembro (-1,4%), elas subiram 2,5% em janeiro, a primeira estatisticamente significativa desde setembro de 2023. Entre as Unidades da Federação, apenas três apresentaram variação negativa: Maranhão (-0,1%), Minas Gerais (-0,1%) e Santa Catarina (-1,0%).
Na passagem do ano, a variação da receita nominal do varejo foi de -1,9% no estado e de 0,9% no País. Na comparação com janeiro de 2023, o indicador da receita cresceu 3,4% em Santa Catarina e 5,8% no Brasil. Já no acumulado de 12 meses, 4,0% em nível estadual, e 3,7% em nível nacional.
Os demais indicadores de vendas do varejo restrito em Santa Catarina são positivos: frente a igual mês de 2023 (1,2%) – o que é indício de uma boa temporada de verão – e no acumulado em 12 meses (2,3%). No Brasil, tais crescimentos foram de 4,1%, e de 1,8%, respectivamente.
Conforme o gráfico abaixo, a trajetória das receitas nominais no acumulado em 12 meses declina nos últimos doze meses enquanto o volume de vendas está, praticamente, estável, desde a pequena aceleração em julho. Tal movimento é compatível com o cenário de certo controle da inflação no setor.
Na passagem de dezembro para janeiro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado recuou -2,1% em Santa Catarina, enquanto no Brasil avançou 2,4%. Ademais, em relação ao volume de vendas em janeiro de 2023, o varejo ampliado catarinense expandiu-se 2,8%, e o do Brasil 6,8%. Em relação à receita nominal, as expansões foram de 3,9% no estado e de 8,2% no País. Dos onze grupos pesquisados no comércio varejista ampliado, cinco contraíram o volume de vendas na comparação anual e seis expandiram-se. Pelo terceiro mês consecutivo, Veículos, motocicletas, partes e peças e Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação alternam-se na liderança do volume de vendas na comparação com igual mês do ano anterior.
Em janeiro, Veículos, motocicletas, partes e peças aumentaram o volume de vendas em 12,0%. A receita nominal subiu 10,0%. Esta é a sétima expansão seguida do volume de vendas deste segmento. Em segundo lugar, o segmento de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação apresentou elevação de 7,9% nas vendas. Em relação às receitas, o aumento foi de 2,7%. Artigos farmacêuticos, médicos ortopédicos, de perfumaria e cosméticos expandiram as vendas em 6,4% frente às de janeiro de 2023, e as receitas em 14,2%. Convém lembrar que a última vez que o ramo recuou nesta comparação foi em maio de 2020.
Hipermercado, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançaram 1,1% no volume de vendas, o menor percentual dos últimos três meses, enquanto, a receita subiu 4,0%. As vendas em Combustíveis e lubrificantes aumentaram 0,8%, indicando que a movimentação de catarinenses e turistas pode ter sido superior a de 2023 por conta da forte dependência do transporte rodoviário no estado. Entretanto, as receitas recuaram -1,8% na comparação com janeiro de 2023.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico fecha o rol das atividades que se expandiram em janeiro com o avanço de 0,1% nas vendas e de 3,3% nas receitas. No campo negativo, Livros, jornais, revistas e papelaria tiveram a maior contração, -9,7%. Além da série com dez resultados negativos seguidos, o resultado sugere que as compras de volta às aulas podem ter se concentrado no mês de fevereiro. Pois, como houve crescimento no mês a mês pelo indicador sem ajuste sazonal (1,7%), estas compras já devem ter sido iniciadas em janeiro.
A segunda maior queda nas vendas foi em Tecidos, vestuário e calçados, -2,4%, cujo desempenho no País ocorreu de forma oposta (0,7%). No mais, cabe ressaltar que esta atividade teve peso importante no resultado nacional neste janeiro. Por fim, o Atacarejo que tinha sustentado as maiores variações tanto da receita nominal quanto do volume de vendas em boa parte de 2023, apresentou o primeiro resultado negativo nos últimos seis meses. Na comparação, as vendas encolheram -1,7% e as receitas -0,9%.
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