Paraná reforça cuidados contra gripe aviária
- Redação - Em Foco
- 6 de jun. de 2023
- 3 min de leitura

O cuidado com a biossegurança nas estruturas e nos processos nos aviários do Estado é fundamental para evitar que a gripe aviária entre nas granjas comerciais e provoque perdas econômicas incalculáveis. O recado tem sido transmitido em reuniões realizadas pelos servidores do Sistema de Agricultura do Paraná por todo o Estado e chegou nesta terça-feira (06) a Dois Vizinhos, no Sudoeste, maior produtor paranaense de frango por metro quadrado, e considerada a Capital Nacional do Frango.
“Nunca estamos e nunca estivemos imunes, por isso precisamos estar vigilantes e preparados para agir de pronto e eficazmente se chegar em granjas comerciais”, alertou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele foi uma das 400 pessoas, entre produtores, industriais e técnicos que se reuniram no Centro Cultural Arte e Vida. “É momento de alerta, é momento de vigilância, é momento de atitude, é momento de prevenção, prevenção e prevenção”, reforçou.
Há alguns dias o Brasil ainda se mantinha como um dos países que nunca tiveram a gripe aviária. No entanto, foram confirmados pelo menos 23 casos no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. “Felizmente todos em aves silvestres”, disse Ortigara. É provável que a doença em aves silvestres ou de fundo de quintal também seja observada no Paraná. O grande desafio proposto aos produtores é tomar todas as medidas de biossegurança para evitar que chegue a galpões de criação para exportação".
“Se chegar, pode quebrar economicamente”, advertiu Ortigara. “É um jogo profissional e precisa ser encarado de forma profissional”.
O Paraná produz cerca de 5 milhões de toneladas de carne de frango anualmente, metade das quais para exportação. É responsável por 36% da produção nacional e por 41% da exportação destinada a mais de 150 países. A arrecadação do município de Dois Vizinhos tem 70% oriunda do agronegócio. Nesse segmento, a avicultura representa 62%. Pelo menos 3 mil dos 45 mil habitantes estão diretamente ligados ao setor. Ali são abatidas diariamente 680 mil aves.
“O que for preciso fazer nós vamos fazer”, afirmou o prefeito Luiz Carlos Turatto. Ele determinou que o secretário da Agricultura municipal, Junior Ventura, prepare uma cartilha com todas as normas a serem cumpridas pelos produtores e agroindústrias. “Nós vamos fazer com que tudo seja cumprido. Se precisar parar o município e outros setores para nos dedicarmos a isso nós vamos fazer porque não quero ter de liberar retroescavadeira para abrir valeta e enterrar frangos”, alertou.
Para manter o trabalho sanitário de controle dos impactos da gripe aviária, o Governo do Paraná também reforça que eventos agropecuários, feiras, exposições ou agremiações de criadores que contenham aves de qualquer tipo no Estado estão suspensos. A orientação que norteia o protocolo é a Portaria 578/2023 do Ministério da Agricultura e Pecuária, a mesma que reconheceu estado de emergência zoossanitária no território nacional, por 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 em aves silvestres.
Em fevereiro deste ano, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) emitiu a Portaria 053/2023, de caráter estadual, com a mesma regra, originalmente com uma duração prevista de 90 dias, mas a recomendação foi estendida pela portaria federal.
Outra medida executada pelo Estado é Portaria Conjunta do Instituto Água e Terra (IAT) e Adapar para a execução de ações de contenção da doença. O documento altera a Portaria IAP nº 106, com a inclusão e alteração de critérios para dispensar o Licenciamento Ambiental Estadual para o enterro ou destruição de animais mortos. Assim, no caso de uma emergência sanitária, passa a ser autorizada a destruição de carcaças de animais através da queima a céu aberto, contanto que seja respeitada a legislação ambiental vigente.
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