A falta de acesso e inclusão dos migrantes ainda é uma realidade no Brasil. Um estudo realizado pela ONG Visão Mundial, organização que atua desde 1950 em mais de 90 países, mostrou que 67,4% dos migrantes que vivem no país não estão inseridos no mercado de trabalho. Dos que conseguiram arranjar um emprego, mais da metade (58%) são do gênero masculino. Além disso, 62% dos que estão trabalhando, estão em modelo de contratação informal, já 15% apostaram no empreendedorismo.
O cenário também é outro ao chegarem no país. O levantamento informa que 85,3% disseram que não estavam trabalhando em sua área de conhecimento e experiência, ainda que, os motivos da falta de trabalho também dizem respeito à burocracia na migração. 27% afirmam que não estão trabalhando por estarem em processo de interiorização, 22% não conseguiram encontrar vagas em sua área e 17% não receberam oferta de emprego.
Para a minoria do grupo, a luta ainda é maior. De acordo com a pesquisa, 82% das mulheres que não estão trabalhando são mães, e 32% afirma que não têm sistema de apoio para o cuidado dos filhos. Já para os migrantes com deficiência, 70% dos PCDs não estão em situação de empregabilidade, e a região mais afetada por essa falta de mão de obra é em Boa Vista, onde 55,5% alegaram não estar trabalhando.
“No Brasil a política de migração ainda é um processo longo e árduo, por isso, precisamos cada vez mais de projetos que integrem essas pessoas no dia a dia, e principalmente a longo prazo. A análise é um recorte do que vivemos nesses anos e esperamos trazer ainda mais mudança para todos”, afirma Angela Karinne Mota, gerente de projetos da Visão Mundial.